sábado, 25 de maio de 2013

Olhares ... sobre aldeias de xisto!



Segundo a Wikipédia:

Xisto (também conhecido como shale em inglês) 
é o nome genérico
de vários tipos de rochas metamórficas
 facilmente identificáveis
por serem fortemente laminadas.
Em linguagem popular…em Portugal 
é também conhecida por "lousa"
(e, por extensão, designa-se como "terra lousinha" 
aos solos com base xistosa).
Percorrer as aldeias portuguesas
...e sobretudo as de xisto...
é fazermos um regresso no tempo!
Maravilhamo-nos com algumas
 recuperações de casas e espaços
que iam perdendo a grandiosidade de outrora!

Num desses meus passeios...fiz alguns registos fotográficos:







 António Duarte Gomes Leal...nascido em 1848
foi um poeta crítico e literário português!

Este poema sobre aldeias portuguesas é um retrato da época:


Eu gosto das aldeias socegadas,
Com seu aspecto calmo e pastoril,
Erguidas nas collinas azuladas -
Mais frescas que as manhãs finas d'Abril.

Levanta a alma ás cousas visionarias
A doce paz das suas eminencias,
E apraz-nos, pelas ruas solitarias,
Ver crescer as inuteis florescencias.

Pelas tardes das eiras - como eu gosto
Sentir a sua vida activa e sã!
Vel-as na luz dolente do sol posto,
E nas suaves tintas da manhã!

As creanças do campo, ao amoroso
Calor do dia, folgam seminuas;
E exala-se um sabor mysterioso
D'a agreste solidão das suas ruas!

Alegram as paysagens as creanças,
Mais cheias de murmurios do que um ninho,
E elevam-nos ás cousas simples, mansas,
Ao fundo, as brancas velas d'um moinho.

Pelas noutes d'estio ouvem-se os rallos
Zunirem suas notas sibilantes,
E mistura-se o uivar dos cães distantes
Com o canto metallico dos gallos... 









As Aldeias

Eu gosto das aldeias sossegadas,
Com seu aspeto calmo e pastoril,
Erguidas nas colinas azuladas,
Mais frescas que as manhãs finas de Abril.

Pelas tardes das eiras, como eu gosto
De sentir a sua vida ativa e sã!
Vê-las na luz dolente do sol-posto,
E nas suaves tintas da manhã!...

As crianças do campo, ao amoroso
Calor do dia, folgam seminuas
E exala-se um sabor misterioso
Da agreste solidão das suas ruas.

Alegram as paisagens as crianças
Mais cheias de murmúrios de que um ninho;
E elevam-nos às coisas simples, mansas,
Ao fundo, as brancas velas dum moinho.

Pelas noites de Estio, ouvem-se os ralos
zunirem suas notas sibilantes...
E mistura-se o uivar dos cães distantes
Com o cântico metálico dos galos.


in 'Claridades do Sul'

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